quarta-feira, 28 de novembro de 2012

VENCEDORES & PERDEDORES



    Quando vemos os adjetivos vencedor e perdedor juntamente enunciados, imediatamente associamos a ideia de vitória ou derrota. Pensamos em uma competição esportiva em que existe um regulamento que determina quando alguém é vencedor. Nesse caso, é perdedor aquele que não é vencedor. Às vezes também pensamos em uma batalha, onde é vencedor o exército que subjuga o inimigo, e perdedor o exército derrotado. O adjetivo vencedor também é atribuído a um empresário muito bem sucedido, que levou sua empresa ao sucesso. De certo ponto de vista, esta é uma conquista pessoal; de outro, uma vitória sobre os concorrentes. Na ótica individual, um perdedor seria então qualquer empresário falido, que fracassou com sua empresa. Tratando-se de competição, o perdedor seria qualquer um dos concorrentes que não alcançou o mesmo sucesso. Também é vencedor ou perdedor um pai no cuidado de sua família, ou então um estudante no desenvolvimento de seus estudos, ou ainda um doente com sua enfermidade. Poderíamos citar vários outros contextos ou situações onde vencedores e perdedores são protagonistas, sejam classificados a partir do ponto de vista individual ou de competição. É certo que nossa vida é repleta de vitórias e derrotas, em todos os sentidos.
    Jair Cunha da Silva diz o seguinte sobre os conceitos de vencedor e perdedor:

Um vencedor, ao errar, diz: - Me equivoquei, e aprende.
Um perdedor, quando erra, diz: - Não foi minha culpa, e culpa os outros.
Um vencedor sabe que a adversidade é o melhor professor.
Um perdedor se acha vítima.
Um vencedor sabe que o resultado depende dele.
Um perdedor crê que tem má sorte.
Um vencedor trabalha muito e gera tempo para si.
Um perdedor não tem tempo nem para os seus.
Um vencedor enfrenta os problemas.
Um perdedor nem tenta.
Um vencedor promete e cumpre a palavra.
Um perdedor promete, não assegura nada, e só se justifica.
Um vencedor diz: - Sou bom, mas vou melhorar.
Um perdedor diz: - Não sou tão mau como muita gente.
Um vencedor escuta, entende e responde.
Um perdedor mal espera a hora de falar.
Um vencedor respeita quem sabe mais e aprende.
Um perdedor resiste a quem sabe mais e se fixa em seus defeitos.
Um vencedor é responsável por mais que seu trabalho.
Um perdedor vive a dizer: - Fiz meu trabalho.
Um vencedor diz: - Deve haver um meio melhor de fazer isto...
Um perdedor diz: - Sempre fiz assim.
Um vencedor busca a solução.
Um perdedor é parte do problema.
Um vencedor se fixa na parede toda.
Um perdedor se fixa no “ladrilho que lhe cabe colocar”.

    Essas comparações descrevem os perfis de um vencedor e de um perdedor. Na visão de Cunha, e das opiniões mais filosóficas, vencedores e perdedores não são determinados propriamente pelos seus resultados, mas sim pela maneira como os encaram. Este ponto de vista reflete a ideia de que o vencedor sabe vencer assim como sabe perder, pois consegue extrair ensinamentos tanto de uma vitória quanto de uma derrota, ao contrário do perdedor, que não sabe vencer nem perder, pois não entende os valores das conquistas e dos fracassos. Essa concepção ético-moral das noções de vencedor e perdedor expressa dois estilos de vida extremos.
    Os conceitos de vencedor e perdedor são concebidos imediatamente quando deparamos com certas situações reais de vida. Por exemplo, fica claramente expresso o título de vencedor quando conhecemos a estória de vida de Tony Melendez, que mesmo tendo nascido sem braços, foi capaz de crescer e se desenvolver como uma pessoa normal, casando-se e tendo filhos, construindo uma linda família. Além disso, desenvolveu um talento surpreendente, tornando-se um músico extraordinário. Cantor e violonista, Melendez toca violão eximiamente com os pés. E o que dizer de Nick Vujicic, que nasceu sem braços e pernas, fato que não o impediu de fazer tudo o que as pessoas normais fazem, de obter três faculdades, e de ser feliz de tal maneira que possa motivar a milhares de pessoas em todo o mundo. Vencedor também é Reggie Bibbs, que sofre de neurofibromatose, mas conseguiu vencer seu medo de chocar as pessoas com sua aparência. Em outro extremo, infelizmente, presenciamos diariamente exemplos explícitos de perdedores vencidos pelas drogas, pelo álcool, pelo cigarro, perdedores que espancam esposas e filhos, perdedores adúlteros, perdedores que roubam e matam, perdedores que enriquecem ilicitamente, que desviam dinheiro público, que não têm respeito pelo seu próximo. Estas são concepções de vencedor e perdedor que verdadeiramente nos saltam aos olhos.
    Mas dentre as várias e distintas noções dos adjetivos vencedor e perdedor, existe uma que tem um significado bem mais profundo. Vejamos o que diz 1 Coríntios 15.51-57:

“Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória? Ora o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo”.

    A vitória de Jesus Cristo sobre a morte e o diabo foi consumada na cruz (Hb 2.14,15). A mesma vitória é atribuída àqueles que colocam sua fé em Cristo, conforme diz 1 João 5.3-5:

“Porque esta é a caridade de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados. Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé. Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?”

    A fé em Cristo vence o mundo, isto é, os prazeres pecaminosos, os valores seculares, o proceder ímpio e o materialismo egoísta. Os vencedores que alcançam essa vitória são aqueles que estarão no paraíso.

“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz ás igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus.”
(Apocalipse 2.7)

    Portanto, segundo a Palavra de Deus, vencedor é aquele que recebe vida eterna, entregando sua vida a Cristo, e assim se tornando mais do que vencedor (Rm 8.35-39).
    Já o perdedor busca dar uma solução para sua vida sem confiá-la a Deus. Assim está escrito em Mateus 16.24-26:

“Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me; porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á. Pois que aproveita o homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?”  
               
    Mas a vontade de Deus é que ninguém seja perdedor, senão que todos venham a arrepender-se (2 Pe 3.9), e que tenham a vida eterna (Jo 6.38-40).
 
Jesus veio ao mundo para vencer e fazer de nós mais do que vencedores. Ser vencedor ou perdedor depende de nossa fé.

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