Êxodo 6.2-9
Lemos em Êxodo 3 que Moises pastoreava o rebanho do seu
sogro Jetro, quando foi chamado por Deus para libertar Israel do Egito. Naquela
ocasião, Moisés desculpou-se diante de Deus: Quem sou eu para tamanha tarefa? O
Senhor respondeu-lhe: Certamente eu serei contigo. Depois, mais uma vez Moisés
esquivou-se do chamado, dizendo a Deus: Se os israelitas perguntarem por Seu
nome, o que direi? Então Deus respondeu a Moisés: “Eu Sou o que Sou. Assim
responderás aos israelitas: Eu Sou me a enviou a vós.” (Ex 3.14).
Depois de uma tentativa frustrada de falar ao povo de Israel
(5.20-23), Deus se manifesta novamente a Moisés, aqui em Ex 6.2-8. Ao contrário
de Ex 3.14, agora Deus afirma claramente o seu nome: “Eu sou o Senhor”.
Eu Sou o que Sou. Eu sou o Senhor. É assim que Deus se
apresenta para um povo escravo. Vejamos. Detenhamo-nos em Ex 6.2-8
Uma nova revelação do nome divino – Javé, o Deus
Libertador
V.3: “Todo Poderoso”: El Shadday. Abraão, Isaque e Jacó não
conheceram Deus como Javé, o Deus Libertador.
Aos patriarcas, Deus mostrou-se como El Shadday. Este nome divino mantém
relação etimológica com shadayim, “peitos”, “fertilidade” (cf. Gn 49.25). Em Gn
17, ocasião em que Deus promete para Abraão uma descendência numerosa, Ele se
apresenta como El Shaday (Gn 17.1). A esterilidade de Sarai seria transformada
em fertilidade. Para os patriarcas, Deus é o Deus da fertilidade. Mas a partir
de Moisés, Ele se mostraria com outro nome. É assim que Ele se apresenta para
Moisés. Portanto, o êxodo constitui-se um novo estágio na revelação bíblica. A
partir do êxodo, Deus tem uma nova forma de se apresentar.
V.2: “Eu sou o Senhor”. Essa é a declaração central do Êxodo
(6.2, 6, 8). O nome “Senhor”, aqui, é o nome sagrado, chamado também de
tetragrama sagrado: YHWH. Um determinado partido religioso arroga-se no direito
de afirmar que a pronúncia do nome sagrado de Deus é Jeová. Entretanto, nem
mesmo os judeus mais ortodoxos sabem a verdadeira pronúncia do nome. Pois, para
não tomar o nome de Deus em vão, após o exílio babilônico (século 6º a.C.) os
judeus deixaram de pronunciar o nome sagrado. Em lugar de YHWH, eles pronunciam
Adonai. Hoje, mesmo equivocadamente, pode-se ler Javé ou Iavé.
Mas, o mais importante não é a pronúncia do nome sagrado,
mas seu significado teológico. “Eu Sou o que Sou’, disse Deus para Moisés (Ex
3.14-15). O nome YHWH é a contratação de ‘eyehyeh asher ‘eyehyeh, “Eu Sou o que
Sou”. Esse nome não alude à auto-existência de Deus, como presumem alguns
teólogos. De fato, Deus é Auto-Existe. Mas não é esse o significado do nome
sagrado, no contexto do Êxodo. Pois, a rigor, Javé não é nome próprio, mas uma
ação verbal. O verbo “ser”, na língua hebraica (hyh), é melhor traduzido por
“acontecer”. Portanto Javé se apresenta como o Deus que age, o Deus que faz
acontecer. Na verdade, inicialmente Ele não revela seu nome (Ex 3.14), mas
revela seu atributo histórico. Ele é o Deus que age. Javé é o Deus do êxodo. É
o Deus que se apresenta por uma forma verbal. É o Deus da ação. É o Deus que
intervém na história do povo pobre e oprimido.
A aliança com Abraão, Isaque e Jacó
V.4: “Estabeleci a minha a aliança com eles”. Deus fez uma
aliança com Abraão (Gn 15). É preciso, pois, aproximar Ex 6 de Gn 15. Em
Gênesis, Abraão duvidava das promessas.
Então o Senhor ordenou a Abraão: traga uma novilha, uma cabra, um carneiro (todos
três anos), e uma rolinha e um pombinho. No Antigo Oriente, animais cortados ao
meio ritualizam um pacto (Jr 34.18). Os contraentes passavam por entre as
partes dos animais mortos. Símbolo: se um dos contraentes descumprisse o pacto,
sofreria o mesmo destino do animal morto. Mas, em Gn 15, só Deus passa entre as
metades dos animais! Caso os descendentes de Abraão descumprissem a aliança,
Ele mesmo assumiria sobre Si o prejuízo. Ele estabeleceu a aliança com Abraão.
E, naquele contexto, prometeu a descida da família de Abraão para o Egito, onde
permaneceria escrava por 400 anos, mas depois seria liberta (Gn
15.13-16).
“Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, o Deus de Jacó.”
É o Deus que passou por entre as partes dos animais. É Deus que se comprometeu
a visitar Israel no Egito. “Eu sou”, diz o Senhor.
A páscoa judaica e a páscoa cristã
Finalmente acontece o êxodo do Egito (Êx 12). Numa tarde do
décimo quarto dia do primeiro mês (marco-abril), as famílias israelitas
sacrificaram um cordeiro macho, sem mácula. Aspergiram um pouco do sangue nos
batentes das casas. Naquela noite, comeram a carne assada no fogo. Comeram com
o cinto na cintura, com os sapatos nos pés e com o cajado na mão; comeram como
quem está saindo de viagem. De fato, estavam saindo da terra da escravidão para
a terra da promessa. Naquela noite Deus visitou o Egito e não matou os
primogênitos em cujo batente da casa havia o sinal do sangue. Um bando de
escravos estava se tornando a nação organizada pelo Deus Javé, o Deus
Libertador.
Deus visitou os israelitas, dizendo: “Eu sou o Senhor” (Ex
12.12).
A partir da libertação do Egito, a páscoa se tornou um rito
memorial: Ex 12.14, 15, 24-27. A páscoa é uma memória da libertação do Egito.
Ela deveria ser celebrada todos os anos. Todos os anos Israel se lembrariam do
Deus Eu sou.
Mas, havendo Deus outrora falando aos pais pelos profetas,
nesses últimos dias nos falou por meio de Jesus Cristo. Jesus é o nosso
cordeiro pascal. Porque Cristo, nosso cordeiro da páscoa, já foi sacrificado
(1Co 5.7b). “Antes de Abraão nascer, Eu sou”, disse Jesus (Jo 8.58). No Evangelho de João, por sete vezes Jesus
afirma: “Eu sou” (por exemplo: Eu sou o pão da vida – 6.25; Eu sou a luz do
mundo – 8.12).
“Eu sou o Senhor”. Essa é a declaração central do Êxodo
(6.2, 6, 8). Javé é o Deus da aliança. Aliança com Abraão, Isaque e Jacó.
Aliança com Israel no Egito. É o Deus da nova aliança, pelo sangue de Jesus. É
o Deus que passou por entre as metades dos animais mortos. É o Deus que se
comprometeu a assumir as conseqüências, caso a aliança fosse descumprida. É o
Deus que assumiu sobre si o nosso pecado. É o Deus que se comprometeu a tomar o
nosso jugo. É Deus que assumiu nosso lugar de escravo, paga o nosso pecado na
cruz, e agora nos concede a salvação eterna. É o Deus que nos amou antes que houvesse mundo.
E você ainda duvida que esse Deus pode lhe dar a salvação
eterna? Você ainda duvida de que o Evangelho seja o poder de Deus para salvar
todo aquele que crê? Você ainda duvida de que a cruz seja o poder de Deus para
aqueles que crêem? Você ainda duvida de que Deus seja o Deus Javé, o Deus
Libertador, o Deus do êxodo, o Deus do novo êxodo, da nova aliança? Você ainda
duvida de que Ele seja o Eu sou?
Infelizmente os israelitas não ouviram a mensagem do Deus Eu
Sou, “por causa da angústia de espírito e da dura escravidão” (Ex 6.9 – Almeida
Século XXI). A angústia e a escravidão insensibilizam o coração. Mas a
libertação do Egito não dependia de quem eles eram, mas dependia exclusivamente
de quem Deus é: o Deus Libertador, o Deus Eu Sou. Eles eram escravos, viviam na
angústia, mas havia (e há) um Deus Poderoso, o Deus que iria intervir na
história deles.
Não importa qual é o seu estado. Você sofre angústia? É
escravo do pecado? Não deixe a angústia e a escravidão darem a última palavra
sobre sua vida. Quando você diz: “eu sou escravo”, “eu sou oprimido”, “eu sou
derrotado”, então o Senhor vem para você e afirma: “Eu Sou o Senhor”. Essa revelação
divina sobrepuja todo tipo de escravidão e angústia. Confie Nele. Independente
de quem você seja, lace-se sobre o Eu Sou. Porque a libertação não depende de
quem você é, mas de quem Ele é. Ouça hoje essa a voz que diz: Eu Sou o
Senhor.
Fiquem com Deus
Êxodo 6.2-9
Lemos em Êxodo 3 que Moises pastoreava o rebanho do seu
sogro Jetro, quando foi chamado por Deus para libertar Israel do Egito. Naquela
ocasião, Moisés desculpou-se diante de Deus: Quem sou eu para tamanha tarefa? O
Senhor respondeu-lhe: Certamente eu serei contigo. Depois, mais uma vez Moisés
esquivou-se do chamado, dizendo a Deus: Se os israelitas perguntarem por Seu
nome, o que direi? Então Deus respondeu a Moisés: “Eu Sou o que Sou. Assim
responderás aos israelitas: Eu Sou me a enviou a vós.” (Ex 3.14).
Depois de uma tentativa frustrada de falar ao povo de Israel
(5.20-23), Deus se manifesta novamente a Moisés, aqui em Ex 6.2-8. Ao contrário
de Ex 3.14, agora Deus afirma claramente o seu nome: “Eu sou o Senhor”.
Eu Sou o que Sou. Eu sou o Senhor. É assim que Deus se
apresenta para um povo escravo. Vejamos. Detenhamo-nos em Ex 6.2-8
Uma nova revelação do nome divino – Javé, o Deus
Libertador
V.3: “Todo Poderoso”: El Shadday. Abraão, Isaque e Jacó não
conheceram Deus como Javé, o Deus Libertador.
Aos patriarcas, Deus mostrou-se como El Shadday. Este nome divino mantém
relação etimológica com shadayim, “peitos”, “fertilidade” (cf. Gn 49.25). Em Gn
17, ocasião em que Deus promete para Abraão uma descendência numerosa, Ele se
apresenta como El Shaday (Gn 17.1). A esterilidade de Sarai seria transformada
em fertilidade. Para os patriarcas, Deus é o Deus da fertilidade. Mas a partir
de Moisés, Ele se mostraria com outro nome. É assim que Ele se apresenta para
Moisés. Portanto, o êxodo constitui-se um novo estágio na revelação bíblica. A
partir do êxodo, Deus tem uma nova forma de se apresentar.
V.2: “Eu sou o Senhor”. Essa é a declaração central do Êxodo
(6.2, 6, 8). O nome “Senhor”, aqui, é o nome sagrado, chamado também de
tetragrama sagrado: YHWH. Um determinado partido religioso arroga-se no direito
de afirmar que a pronúncia do nome sagrado de Deus é Jeová. Entretanto, nem
mesmo os judeus mais ortodoxos sabem a verdadeira pronúncia do nome. Pois, para
não tomar o nome de Deus em vão, após o exílio babilônico (século 6º a.C.) os
judeus deixaram de pronunciar o nome sagrado. Em lugar de YHWH, eles pronunciam
Adonai. Hoje, mesmo equivocadamente, pode-se ler Javé ou Iavé.
Mas, o mais importante não é a pronúncia do nome sagrado,
mas seu significado teológico. “Eu Sou o que Sou’, disse Deus para Moisés (Ex
3.14-15). O nome YHWH é a contratação de ‘eyehyeh asher ‘eyehyeh, “Eu Sou o que
Sou”. Esse nome não alude à auto-existência de Deus, como presumem alguns
teólogos. De fato, Deus é Auto-Existe. Mas não é esse o significado do nome
sagrado, no contexto do Êxodo. Pois, a rigor, Javé não é nome próprio, mas uma
ação verbal. O verbo “ser”, na língua hebraica (hyh), é melhor traduzido por
“acontecer”. Portanto Javé se apresenta como o Deus que age, o Deus que faz
acontecer. Na verdade, inicialmente Ele não revela seu nome (Ex 3.14), mas
revela seu atributo histórico. Ele é o Deus que age. Javé é o Deus do êxodo. É
o Deus que se apresenta por uma forma verbal. É o Deus da ação. É o Deus que
intervém na história do povo pobre e oprimido.
A aliança com Abraão, Isaque e Jacó
V.4: “Estabeleci a minha a aliança com eles”. Deus fez uma
aliança com Abraão (Gn 15). É preciso, pois, aproximar Ex 6 de Gn 15. Em
Gênesis, Abraão duvidava das promessas.
Então o Senhor ordenou a Abraão: traga uma novilha, uma cabra, um carneiro (todos
três anos), e uma rolinha e um pombinho. No Antigo Oriente, animais cortados ao
meio ritualizam um pacto (Jr 34.18). Os contraentes passavam por entre as
partes dos animais mortos. Símbolo: se um dos contraentes descumprisse o pacto,
sofreria o mesmo destino do animal morto. Mas, em Gn 15, só Deus passa entre as
metades dos animais! Caso os descendentes de Abraão descumprissem a aliança,
Ele mesmo assumiria sobre Si o prejuízo. Ele estabeleceu a aliança com Abraão.
E, naquele contexto, prometeu a descida da família de Abraão para o Egito, onde
permaneceria escrava por 400 anos, mas depois seria liberta (Gn
15.13-16).
“Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, o Deus de Jacó.”
É o Deus que passou por entre as partes dos animais. É Deus que se comprometeu
a visitar Israel no Egito. “Eu sou”, diz o Senhor.
A páscoa judaica e a páscoa cristã
Finalmente acontece o êxodo do Egito (Êx 12). Numa tarde do
décimo quarto dia do primeiro mês (marco-abril), as famílias israelitas
sacrificaram um cordeiro macho, sem mácula. Aspergiram um pouco do sangue nos
batentes das casas. Naquela noite, comeram a carne assada no fogo. Comeram com
o cinto na cintura, com os sapatos nos pés e com o cajado na mão; comeram como
quem está saindo de viagem. De fato, estavam saindo da terra da escravidão para
a terra da promessa. Naquela noite Deus visitou o Egito e não matou os
primogênitos em cujo batente da casa havia o sinal do sangue. Um bando de
escravos estava se tornando a nação organizada pelo Deus Javé, o Deus
Libertador.
Deus visitou os israelitas, dizendo: “Eu sou o Senhor” (Ex
12.12).
A partir da libertação do Egito, a páscoa se tornou um rito
memorial: Ex 12.14, 15, 24-27. A páscoa é uma memória da libertação do Egito.
Ela deveria ser celebrada todos os anos. Todos os anos Israel se lembrariam do
Deus Eu sou.
Mas, havendo Deus outrora falando aos pais pelos profetas,
nesses últimos dias nos falou por meio de Jesus Cristo. Jesus é o nosso
cordeiro pascal. Porque Cristo, nosso cordeiro da páscoa, já foi sacrificado
(1Co 5.7b). “Antes de Abraão nascer, Eu sou”, disse Jesus (Jo 8.58). No Evangelho de João, por sete vezes Jesus
afirma: “Eu sou” (por exemplo: Eu sou o pão da vida – 6.25; Eu sou a luz do
mundo – 8.12).
“Eu sou o Senhor”. Essa é a declaração central do Êxodo
(6.2, 6, 8). Javé é o Deus da aliança. Aliança com Abraão, Isaque e Jacó.
Aliança com Israel no Egito. É o Deus da nova aliança, pelo sangue de Jesus. É
o Deus que passou por entre as metades dos animais mortos. É o Deus que se
comprometeu a assumir as conseqüências, caso a aliança fosse descumprida. É o
Deus que assumiu sobre si o nosso pecado. É o Deus que se comprometeu a tomar o
nosso jugo. É Deus que assumiu nosso lugar de escravo, paga o nosso pecado na
cruz, e agora nos concede a salvação eterna. É o Deus que nos amou antes que houvesse mundo.
E você ainda duvida que esse Deus pode lhe dar a salvação
eterna? Você ainda duvida de que o Evangelho seja o poder de Deus para salvar
todo aquele que crê? Você ainda duvida de que a cruz seja o poder de Deus para
aqueles que crêem? Você ainda duvida de que Deus seja o Deus Javé, o Deus
Libertador, o Deus do êxodo, o Deus do novo êxodo, da nova aliança? Você ainda
duvida de que Ele seja o Eu sou?
Infelizmente os israelitas não ouviram a mensagem do Deus Eu
Sou, “por causa da angústia de espírito e da dura escravidão” (Ex 6.9 – Almeida
Século XXI). A angústia e a escravidão insensibilizam o coração. Mas a
libertação do Egito não dependia de quem eles eram, mas dependia exclusivamente
de quem Deus é: o Deus Libertador, o Deus Eu Sou. Eles eram escravos, viviam na
angústia, mas havia (e há) um Deus Poderoso, o Deus que iria intervir na
história deles.
Não importa qual é o seu estado. Você sofre angústia? É
escravo do pecado? Não deixe a angústia e a escravidão darem a última palavra
sobre sua vida. Quando você diz: “eu sou escravo”, “eu sou oprimido”, “eu sou
derrotado”, então o Senhor vem para você e afirma: “Eu Sou o Senhor”. Essa revelação
divina sobrepuja todo tipo de escravidão e angústia. Confie Nele. Independente
de quem você seja, lace-se sobre o Eu Sou. Porque a libertação não depende de
quem você é, mas de quem Ele é. Ouça hoje essa a voz que diz: Eu Sou o
Senhor.
Fiquem com Deus
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